“Além de registarem uma taxa de poupança significativamente abaixo da média europeia, os portugueses aplicaram em depósitos cerca de dois terços do dinheiro que colocaram de parte nos dois anos da pandemia, arriscando assim uma perda considerável de poder de compra com as poupanças acumuladas nos últimos dois anos”, alerta a Corum Investments Portugal/ BA&N Research Unit no estudo ‘Portugal – Poupança e Inflação no contexto europeu”.

Segundo nota a BA&N Research Unit, “os portugueses nem estão a ser dos mais penalizados com a escalada da inflação, que está agora alinhada com a média da zona euro, mas são dos mais expostos à perda de valor das suas poupanças, devido sobretudo ao conservadorismo dos seus investimentos, falta de alternativas com risco reduzido e também nível fiscal mais elevado do que a média sobre o capital e o trabalho”.

A “falta de alternativas no mercado para captar as poupanças das famílias, bem como o reduzido nível de literacia financeira dos portugueses” são apontados como ajudando “a explicar a opção preferencial pelos depósitos”.

“A conjugação de uma elevada fiscalidade sobre o trabalho e o capital em Portugal, com a falta de perceção de alternativas atrativas no mercado financeiro português e reduzida apetência dos portugueses pelos investimentos de maior risco, favorece a manutenção da tendência de os portugueses escolherem os depósitos para aplicar as poupanças, mesmo que as taxas de retorno se perspetivem negativas por um período prolongado”, conclui o estudo.

Fonte: Jornal de Negócios

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